Sob o modelo de project finance, as empresas estão construindo o primeiro metrô subterrâneo do Peru e que funcionará com trens autônomos.
Lima é uma das cidades mais congestionadas de toda a América Latina. A cidade tem crescido rápida e desordenadamente especialmente na última década, passando dos 7.3 milhões de habitantes em 2010 para 10.1 milhões em 2016, quase um terço da população total do país.
Embora mais de 70% dos moradores usem transporte público, o sistema é geralmente descrito como "caótico". Em média, as pessoas perdem de duas a três horas por dia no sistema de transporte público, que está ultrapassado. O problema fundamental é a falta de investimento em infraestrutura de transporte, o que complica o acesso à educação, trabalho e serviços que se encontram centralizados nas principais áreas urbanas. Isso afeta especialmente às classes mais baixas que moram na periferia, perpetuando a desigualdade no desenvolvimento econômico e social. Uma parte significativa das viagens motorizadas ainda é feita em transportes irregulares de pequeno porte e inseguros que competem pelos clientes nas ruas.
O setor de Transporte e Mobilidade de Lima é um perfeito exemplo de uma área permeada pelos desafios do mundo moderno, mas pronta para inovar em busca de melhorias para a sociedade, os negócios e as pessoas. Com o intuito de dar um novo rumo ao transporte público e fomentar o desenvolvimento urbano, econômico e social, as autoridades em Lima elaboram um plano de ação que envolve a incorporação de linhas de metrô à rede de transporte público.
Com um investimento de mais de USD 5,3 bilhões, a Linha
2 e o ramal da Linha 4 do Metrô de Lima, licitados em
2014 e atualmente em construção, constituem o primeiro
projeto de metro subterrâneo do Peru e está sendo
possível graças ao trabalho colaborativo de diferentes
atores governamentais e privadas.
Ansaldo STS, que desde 2016 faz parte do Grupo Hitachi, e Hitachi Rail Italy integram o consórcio que ganhou a concessão para construir, operar e manter a Linha 2 e o ramal da Linha 4. As companhias são responsáveis pelo desenho, fornecimento, integração e comissionamento do pacote eletromecânico, que envolve sistema elétrico, telecomunicações, sinalização, portas de plataforma, equipamento de depósito, centros de controle, sistema de cobrança automática e sistema de supervisão e aquisição de dados (SCADA), assim como o material rodante. Uma vez finalizada, as empresas serão também responsáveis pela operação e manutenção do sistema por 30 anos.
Por meio de um corredor de 35 quilômetros que atravessa 13 distritos da cidade, a Linha 2 e o ramal da Linha 4 do Metrô irão ligar de leste a oeste as cidades de Lima e Callao na costa do Pacífico, o principal porto nacional e o aeroporto internacional. Espera-se mais de 600.000 passageiros por dia em viagens de 45 minutos de duração do início ao fim do trajeto, poupando-os em até 2 horas de viagem ao dia. Assim, o projeto vai melhorar as condições de acesso ao emprego, educação, serviços e comércio para mais de 2,3 milhões de pessoas, permitindo um desenvolvimento urbano mais eficiente e cada vez mais interconectado, na medida em que a Linha 2 e o ramal da Linha 4 do Metrô constitui um alicerce para o desenvolvimento futuro de outras quatro linhas projetadas para a cidade.
Além disso, com implementação da Linha 2 e o ramal da Linha 4, espera-se uma redução do número de acidentes de trânsito e dos níveis de poluição, diminuindo problemas de saúde e despesas com atendimento médico.
Em casos como o da Linha 2 e o ramal da Linha 4 do Metrô de Lima, uma solução construída por meio da colaboração do governo, empresas privadas e organismos multilaterais de financiamento beneficia cidades, negócios e comunidade. Isso é Inovação Social.
“A conquista desse projeto representa um reconhecimento à expertise técnica da Hitachi Rail Italy e da Ansaldo STS assim como seu compromisso com o desenvolvimento da infraestrutura social na América Latina. Em colaboração com outros atores estamos conseguindo fornecer uma solução de transporte econômica e que ajuda a resolver parte dos desafios de congestionamento, poluição, segurança, assim como a necessidades de conveniência e conforto de uma sociedade cada vez mais urbanizada.”
Roberto Vitali, Vice-Presidente Novas Geografias, Unidade de Negócios de Trens e Sistemas de Transporte Massivo, Ansaldo STS SpA.